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Falar sobre racismo na escola é o primeiro passo para fazer do ambiente escolar um local cada vez mais democrático e plural. Você já parou para pensar em quais temáticas envolvendo racismo, democracia racial ou saberes relacionados à história do sujeito negro brasileiro além da escravidão são pautadas no currículo escolar? 

Para contribuir com a luta antirracista, as escolas precisam passar por mudanças substanciais como, por exemplo, uma reforma curricular.

Por que falar sobre racismo na escola?

A escola costuma ser o primeiro espaço de contato com o mundo externo, fora do âmbito afetivo e familiar, que a criança tem acesso. Por esse motivo, ela também costuma ser o local onde crianças negras vivenciam o racismo pela primeira vez.

Abordar questões raciais em sala de aula vai muito além de, em novembro, pincelar um conteúdo sobre escravidão com os alunos. Quando desenvolvido de forma digna, esse conteúdo tem o potencial de desmascarar afirmações sistemáticas como a democracia racial e auxiliar a compreender que o problema racial no Brasil não é uma questão presa somente ao campo individual (que também deve ser combatido), mas em maior escala, uma ideologia estrutural e hierarquizadora da condição humana.

Como trabalhar o tema do racismo na escola?

Falar em racismo nas escolas é quebrar essa condição estrutural operada por um sistema de opressão e mostrar aos alunos o abismo de acessos, oportunidades e privilégios existente entre negros e brancos. Então, como levar este tema tão essencial para dentro das escolas? Confira as dicas!

  • Inclua o tema no currículo escolar

O currículo escolar é essencial nesse ponto – por muito tempo ele tem sido utilizado como ferramenta e instrumento de manutenção do sistema racista.

Um exemplo disso é como aprendemos mais sobre conteúdos eurocentrados, como a Revolução Francesa, e menos sobre acontecimentos que envolveram o processo de independência de países africanos, ou até mesmo a contribuição das culturas africanas e indígenas em esferas tecnológicas, científicas e filosóficas no Brasil.

As premissas deste mecanismo de opressão continuam se repetindo quando uma linha abissal separa o conteúdos essenciais dos não essenciais para a formação do indivíduo, resultando no epistemicídio: termo que trata do apagamento e distorção de histórias e culturas não assimiladas pela cultura do Ocidente branco.

Deve se encontrar na base das prioridades da instituição a inclusão de conteúdos sobre cultura negra e indígena para que a colaboração com a luta antirracista aconteça de fato.

  • Vá além das comemorações do Dia da Consciência Negra

Assegure que a aprendizagem cultural vá além de comemorações e aprofunde o conteúdo para que as crianças compreendam as experiências em seu cotidiano. Celebrar a cultura negra e indígena é extremamente importante, mas esse movimento deve ser feito em paralelo com a aproximação dos alunos com personalidades históricas e eventos relevantes na luta racial no Brasil e no mundo.

  • Desconstrua os preconceitos cotidianos

Utilize ferramentas que façam os alunos desconstruírem conceitos estruturados, como por exemplo a ideia de que a “cor de pele” é a cor bege da caixa de lápis de cor. Trazer para sala de aula diversas “cores de pele” e oferecer livros que compartilhem experiências sobre a temática, apresentando um novo ponto de vista às crianças, pode parecer algo pequeno, mas ajuda na construção de uma nova percepção sobre a questão de pluralidade racial existente no Brasil.

Essas e outras atitudes, como conversar com os alunos sobre justiça racial, além de ampliar a visão e abrir a mente, valoriza a autoestima de crianças negras, indígenas, entre outras, no ambiente escolar.

Convidamos você para trabalharmos juntos contra o racismo na escola!

Fonte: Geledés, Afroinfância.

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